Escritoras de Campinas lançam livros e promovem roda de conversa durante Flip 2024

Três escritoras de Campinas foram selecionadas para participar da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) 2024 e além de lançarem seus livros, vão comandar uma roda de conversa com o tema “Os desafios de mulheres negras e indígenas escreviventes”. As escritoras Vivi de Paula, Jeniffer Éffes e Maria Alice da Cruz ministram a roda de conversa no dia 10, quinta-feira, a partir das 10h30 até 11h30 e em seguida lançam suas obras literárias.

A roda tem como proposta traçar um panorama histórico de mulheres negras e indígenas na literatura brasileira até chegar à pós-modernidade com a cultura do slam. De acordo com Vivi de Paula, os principais objetivos são apresentar um panorama histórico de mulheres negras e indígenas escritoras na literatura nacional; discutir os desafios enfrentados; celebrar as conquistas e enfatizar a relevância do slam.

Ao fim da roda de conversa, Vivi de Paula lança sua obra intitulada Nem toda divindade tem asas (2021), Jeniffer Éffe’s lança o livro O Coração da Banana Temperada na Wasabi Preta (2022) e Maria Alice da Cruz lança a segunda edição de sua obra Vitalina Cherubim: neta de escravos em conversas com café quente (2021).

Para Vivi, a Flip é um evento essencial para se levantar questionamentos e reflexões de caráter social e identitário. “Além disso, idealizei com a Jeniffer Éffe’s o espetáculo poético e musical Wasabi preta com dendê, que ocorrerá na Casa Poéticas Negras, na sexta-feira, dia 11 de outubro.”

Jeniffer declara que estar na Flip 2024, divulgando seu livro autoral, é muito importante para a sua carreira atual. A atriz e poetisa acrescenta que também está muito feliz, pois estará ao lado de duas mulheres artistas que admira muito.

De acordo com Alice, vários sonhos se encontram neste convite: o da mulher, o da escritora, o da mãe, o da filha, o da irmã, o da tia, o da jornalista, o da divulgadora da história de dona Vitalina, hoje com 104 anos, e o da mulher negra que conhece todas as agruras para se sentar à mesa e participar da dança. “Levo a comunicação aonde me convidam (escolas, entidades sociais, eventos) e ser convidada para um evento desse porte é abrir voz não somente para literatas e literatos negras e negros mas também para uma sociedade toda tolhida de falar e escrever aquilo em que acredita. E ser convidada por duas jovens escritoras, então, é uma realização imensurável. Só sei que é grande.”