Valinhos decretou situação de emergência devido ao agravamento das queimadas na cidade e instituiu a criação de um Comitê Gestor de Prevenção e Combate a Incêndios no município. O decreto foi publicado na quarta-feira, 04. a medida foi tomada levando em consideração a grave situação nos focos de incêndio que a cidade tem registrado, com situação crítica na Serra dos Cocais, que tem sofrido com as queimadas desde o último sábado, 31, e tem se agravado nos últimos dias.
De acordo com o decreto, o Comitê poderá promover ações eficazes, estratégias e práticas de prevenção e combate a incêndios, a fim de reduzir riscos e danos, além de garantir uma rede integrada de monitoramento no município, com o objetivo de aprimorar a coordenação e a resposta a situações de emergência. Neste sentido, o Comitê é integrado por representantes da Polícia Militar, Civil e Ambiental, do Conselho Municipal do Meio Ambiente, do Corpo de Bombeiros, do DAEV SA, da Câmara Municipal de Vereadores, da Associação Mata Ciliar – Fauna e Flora, da OAB, da AEVAL, da ACIV, da sociedade civil e por secretários de Saúde, Segurança Pública, Desenvolvimento Econômico, Turismo e Inovação e de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente.
Valinhos não tem registrado chuvas desde o dia 26 de agosto, sendo que na última semana as temperaturas aumentaram consideravelmente, enquanto que a umidade do ar diminuiu. No sábado, 31, a Serra dos Cocais registrou os primeiros focos de incêndio, sendo que o fogo chegou a ser controlado na segunda-feira, 02. Entretanto, um dia depois a região voltou a registrar focos de incêndio, seguindo até o momento. Para os próximos dias, a Defesa Civil informou que não há previsão de chuva e a temperatura pode chegar a 39°.
A Polícia Civil também instaurou um inquérito para investigar se o incêndio foi provocado por ação humana, o que configura crime ambiental. O Comandante do Corpo de Bombeiros, Bruno Gobbo acrescentou que outras áreas suscetíveis a incêndios, como a Mata da Tapera, Estação Ecológica da Reforma Agrária, Fazenda Remonta e Morro dos Macacos, estão sendo monitoradas via satélite. Em caso de novos focos, equipes serão mobilizadas, e, se necessário, solicitado apoio de bombeiros das cidades vizinhas. Além dessas ações, já está em licitação a compra de uma bomba d’água e um caminhão para combate de incêndios.
Os incêndios têm sido registrados desde o mês de agosto em todo o país, sendo que este tem sido o maior registro de queimadas dos últimos anos. Desde então, diversas cidades do Brasil e do estado de São Paulo têm entrado em situação de emergência devido aos incêndios.
A fumaça, o tempo seco e o calor extremo têm aumentado a procura por serviços de saúde. De acordo com a Secretaria da Saúde de Valinhos, foi registrado um aumento nos atendimentos de casos respiratórios no município. Neste sentido, a Secretaria emitiu um alerta à população para evitar a prática de esportes, caminhadas e exposição ao sol nos horários de maior onda de calor, além da importância da hidratação neste período crítico de seca.
Só no estado de São Paulo foram mais de cinco mil focos de incêndio desde 1° de agosto, o maior número registrado nos últimos 25 anos. A fim de conter a situação em todo o estado, o governo paulista também adotou algumas ações de combate e prevenção às queimadas.
Dentre as ações adotadas, o governo estadual, junto com o DER (Departamento de Estradas de Rodagem) tem investido mais de R$ 69 milhões em serviços de conservação e limpeza das margens, com poda e roçagem das áreas no entorno das rodovias e estradas vicinais, as chamadas faixas de domínio. além disso, foi liberado um valor de R$ 5,9 milhões para a contratação de serviços de monitoramento e combate a incêndios florestais com aeronaves. Os recursos destinados à Casa Civil vão auxiliar no enfrentamento das queimadas que se agravam por conta das condições meteorológicas adversas nas próximas semanas, com previsão de tempo seco, ventos e altas temperaturas.
As aeronaves são importantes nos trabalhos em regiões de difícil acesso por vias terrestres, como no caso das unidades de conservação. Elas são utilizadas para despejar água para conter as chamas, além de auxiliarem a monitorar e localizar focos.
Os quase R$ 6 milhões liberados vão permitir a contratação de 120 horas de voo de monitoramento e 300 de combate aéreo, somando 420 horas.



