OMS declara situação de emergência de saúde global por surto de mpox

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o surto de mpox como uma emergência de saúde global. O alerta surgiu devido a rápida propagação da doença na África. De acordo com o alerta da OMS, a República Democrática do Congo já registrou 4 mil casos e 450 mortes, além de outros quatro países africanos que antes não haviam registrado casos da doença e confirmaram infecções pela primeira vez neste ano.

O alerta surgiu devido à rápida propagação da doença no continente africano. Na República Democrática do Congo (RDC), por exemplo, foram registrados 4 mil casos, incluindo 450 mortes. Além disso, na África Central, quatro países que não haviam registrado casos anteriormente confirmaram infecções pela primeira vez este ano.

Este foi o primeiro alerta da OMS desde a pandemia de Covid-19. Desde 2022, este foi o ano com mais casos e mortes por mpox. De janeiro de 2022 a junho de 2024, foram confirmadas 208 mortes em todo o mundo, um número abaixo do registrado na República do Congo só neste ano.

O alerta de emergência de saúde global é o nível mais alto de alarme da OMS. A declaração não significa uma pandemia por mpox, mas é uma forma de representar um risco à saúde pública de outros países através da propagação internacional da doença. Com isso, o estado de emergência visa facilitar a coordenação internacional para lidar com a doença e, consequentemente, evitar o aumento do número de casos.

Casos no mundo

Em todo o mundo, foram contabilizados quase 100 mil casos de mpox em todo o mundo de 1º de janeiro de 2022 a junho de 2024. Só no continente africano, foram mais de 17 mil casos confirmados só neste ano, sendo que 96% deste número é só referente aos confirmados na República do Congo.

Um dia antes da OMS declarar estado de emêrgencia pela doença, os Centros Africanos de Controle e Prevenção de Doenças declararam o surto uma emergência de saúde pública de segurança continental. Esta foi a primeira declaração deste tipo pela agência desde a sua criação em 2017.

No Brasil, estado e região

No Brasil, o maior pico da doença foi em agosto de 2022, quando foram contabilizados mais de 40 mil casos. Um ano depois, em agosto de 2023, o número caiu cerca de 400 casos. Já neste ano, até o momento foram 709 casos de mpox, sendo que janeiro foi o mês que mais teve registros, com mais de 17 casos. As mortes por mpox no país também são baixas: 16 óbitos, sendo o mais recente em abril de 2023.

No estado de São Paulo, foram 315 casos confirmados de janeiro a julho deste ano, de acordo com a Secretaria estadual de Saúde. O número representa um aumento de 257% em relação ao mesmo período de 2023, quando 88 casos da doença foram registrados no estado. Apesar disso, os números de 2024 estão bem abaixo do registrado em 2022, primeiro ano da doença, quando 4.129 casos de mpox foram registrados no estado durante todo o ano.

Já em um cenário regional, em Campinas foram 105 casos, sendo que destes oito foram registrados neste ano.

Situação de emergência no Brasil?

Apesar dos casos no Brasil, o alerta de emergência da OMS não se aplica diretamente aos casos no país, já que nenhum destes está relacionado à variante responsável pelo surto no continente africano.

A variante que levou a OMS a declarar situação de emergência está relacionada à cepa 1B do vírus. Neste sentido, todos os casos confirmados no Brasil foram causados pela cepa 2, que causa lesões de pele, tem transmissão sexual e atinge, principalmente, determinados grupos populacionais.

“A declaração de emergência de saúde pública é de interesse internacional e tem como objetivo alertar os países para que reforcem seus sistemas de vigilância em relação à introdução e detecção precoce desta cepa em seus territórios”, explicou a infectologista da Secretaria de Saúde de Campinas, Valéria Almeida.

Apesar da situação não ser tão alarmante no Brasil, se comparado na África, o Ministério da Saúde declarou que vai criar um Comitê de Operação de Emergência para adotar medidas de enfrentamento à disseminação da mpox no Brasil.