Ministério do Esporte oficializa pedido de paralisação do futebol brasileiro junto à CBF devido tragédia no RS

O Ministério do Esporte formalizou o ofício de pedido para paralisação do Brasileirão devido a tragédia no Rio Grande do Sul (RS). O documento foi enviado nesta sexta-feira, 10, à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) pelo ministro do Esporte, André Fufuca. No texto, a pasta apresenta cinco pontos para que o futebol brasileiro seja paralisado por conta do estado de calamidade decretado pelo governo federal no RS.

De acordo com o texto, a paralisação do esporte “vai além dos estádios de futebol, campos de treinamento, concentração e local físico onde todos envolvidos no esporte circulam, mas por todas as pessoas, familiares e seus entes que se doam neste momento na sobrevivência e reconstrução de casas e tudo mais afetado”. A pasta informa ainda que a situação no estado vai além da questão física, mas envolve o psicológico físico dos atletas, que foi afetado devido às circunstâncias que vivem atualmente. Além disso, o texto reforça que todo o país está envolvido no apoio aos jogadores e familiares, bem como a toda a população daquela região.

Na sexta-feira ainda, a CBF chegou a se manifestar em relação ao pedido do Ministério do Esporte. Durante o evento de convocação da seleção brasileira para os dois amistosos em junho e, em seguida, disputa da Copa América, Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, falou sobre o ofício enviado pelo governo federal. De acordo com ele, será convocado o Conselho Técnico para analisar o pedido, e a decisão final será tomada pelos próprios clubes.

“A CBF quando define uma competição, fazemos reuniões de Conselhos Técnicos de Séries A, B, C e D e também das de base. Se pede uma paralisação, nós vamos dar conhecimento a cada Série desses clubes, para que eles possam se posicionar em relação ao documento do Ministério dos Esportes. A partir daí, se for necessário, reunir o Conselho Técnico para que eles possam deliberar: ‘olha, podemos parar toda competição? Sim’.”, falou o presidente da CBF. “Toda decisão com relação a uma competição, começar, ter, suspender, prorrogar, adiar, tudo isso a CBF discute de forma conjunta com os clubes. O poder da CBF não é supremo e absoluto. É um poder limitado e com base, assim como fizemos em reunião com todos os clubes, faremos também. A partir do momento em que os próprios clubes entendam que precisam deliberar sobre o assunto”, concluiu Rodrigues.

A CBF chegou a atender a solicitação dos clubes e os jogos dos clubes gaúchos foram suspensos até o dia 27 de maio. Na Série A do Brasileirão, o estado conta com Grêmio, Internacional e Juventude na competição. A medida se estende para os outros torneios organizados pela entidade.

A medida vale também para os times gaúchos que disputam as séries C e D do Brasileirão, além das três divisões do Brasileirão Feminino, Brasileiro Masculino Sub-20 e Brasileiro Feminino Sub-20. Como não há gaúchos na Série B do Brasileirão, a competição não foi afetada.

As partidas dos clubes gaúchos também foram adiadas nas competições internacionais. A Conmebol adiou o confronto do Grêmio contra o Huachipato, no Chile, pela Libertadores, e o do Inter contra o Real Tomayapo, na Bolívia, pela Sul-Americana.