Indústrias associadas ao Ciesp-Campinas (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo – Regional Campinas) apontaram dificuldade em utilizar o saldo de crédito acumulado do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços), de acordo com a Sondagem Industrial de março, apresentada pela entidade. Os dados apontam que 44% das indústrias associadas mostraram dificuldade em retirar o saldo de créditos acumulados no sistema e-CredAc, contra 25% que relataram não ter dificuldades.
De acordo com o diretor do Ciesp-Campinas, José Henrique Toledo Corrêa, mais de R$ 1,2 bilhão estão retidos na Secretaria da Fazenda de São Paulo, mas que poderiam estar sendo utilizados pelas indústrias associadas. Deste valor, a sondagem mostrou que ao menos 8% das indústrias associadas tem um valor acumulado e requerido no valor de até R$ 500 mil, enquanto que 46% tem o valor acumulado acima de R$ 5 milhões.
Na sondagem, 56% das indústrias relataram que tiveram uma diminuição tanto no volume de produção, quanto no faturamento deste mês se comparado a fevereiro. Desta forma, o diretor acredita que com a queda das atividades, o valor retido dos créditos acumulados do ICMS seriam fundamentais para o giro econômico das indústrias e poderiam gerar mais atividade industrial.
No entanto, o diretor explicou que com a dificuldade das empresas em utilizarem o e-CredAc, ferramenta utilizada pelo governo estadual para captar o crédito acumulado, tanto a indústria, como o governo acabam perdendo. “Esse dinheiro faz uma diferença e vai gerar mais atividade industrial e voltará para o Governo através dos impostos de consumo”, explicou o Corrêa. A pesquisa mostrou também que 44% das indústrias sentem dificuldades em homologar o pedido de transferência dos créditos acumulados.
Na sondagem, 62% das indústrias associadas afirmaram que não vão investir em sua capacidade produtiva para os próximos 12 meses. Neste sentido, o crédito acumulado do ICMS serve como uma forma de incentivo econômico. “A economia não está indo bem, as empresas não podem quebrar se elas têm esse dinheiro retido. Tem muitas empresas com dificuldade de caixa neste momento”, afirmou.
O diretor explicou também que o Ciesp-Campinas tem adotado diversas ações em relação ao tema, mas a entidade, junto das associadas, tem pensado em novas soluções para sensibilizar o Governo de São Paulo e a Secretaria da Fazenda a fim de facilitar a retirada do valor.


