Israel afirma ter matado líder do Jihad Islâmica em ataque na Cisjordânia

As Forças Armadas de Israel informaram que o líder do grupo extremista Jihad Islâmica, Muhammad Abdullah, foi morto. A informação foi divulgada pelas forças israelenses na madrugada de sexta-feira (11). Segundo a informação, Abdullah foi morto com outro terrorista, segundo as forças de Israel. Eles estavam no campo de refugiados palestinos de Nur Shams, que fica na província de Tulkarem, na região noroeste da Cisjordânia. O Exército afirmou que “Mohammad Abdullah foi eliminado” na quinta-feira (10) após um avião israelense atacar o campo em Tulkarem.

Abdullah foi o sucessor de Mohamed Yaber, também conhecido como Abu Shuyaa, que morreu em um ataque israelense no final de agosto. O Jihad Islâmico é aliado do Hamas e ambos os grupos lutam contra as forças israelenses na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.

O conflito no Oriente Médio já acontece desde outubro do ano passado, quando o Hamas realizou um ataque contra Israel. Desde então, o Oriente Médio sofre uma tensão, sendo que nesta semana, um inquérito das Nações Unidas acusou Israel de executar uma “política concertada” de destruir o sistema de saúde em Gaza durante seu conflito de um ano com o Hamas em ataques que disse serem crimes de guerra. “As forças de segurança israelenses mataram, detiveram e torturaram deliberadamente equipes médicas e definiram ambulâncias como alvos” em Gaza, de acordo com o relatório da Comissão Internacional Independente de Inquérito da ONU sobre o Território Palestino Ocupado, incluindo Jerusalém Oriental e Israel.

Além disso, nas últimas semanas Israel também tem se envolvido em tensões contra o grupo Hezbollah, no Líbano. Nesta sexta-feira, 11, o Exército de Israel disse também que teria matado o comandante da unidade de mísseis antitanque das Forças Radwan do Hezbollah, na área libanesa de Meiss El Jabal, enquanto a incursão terrestre de Israel no sul do país continua.

Em um comunicado, os militares israelenses disseram que Araeb el Shoga “foi responsável por vários ataques com mísseis antitanque na área de Ramot Naftali, no norte de Israel”. As forças israelenses “também identificaram e atingiram um lançador que estava pronto para disparar em direção ao território e soldados israelenses” e “atingiram instalações de armazenamento de armas do Hezbollah”, acrescentaram os militares.

O Exército de Israel também intensificou a campanha aérea na capital libanesa Beirute na noite de quinta-feira (10), matando pelo menos 22 pessoas e ferindo pelo menos 117 outras, de acordo com o Ministério da Saúde do Líbano.

Com a crescente tensão entre países do Oriente Médio, o Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse que os EUA iriam “se envolver intensamente” para evitar um conflito mais amplo no Oriente Médio, à medida que crescem as preocupações de que as guerras de Israel com representantes iranianos possam se transformar em uma guerra regional em grande escala.

“Estamos trabalhando muito duro, por meio da dissuasão e da diplomacia para evitar que isso aconteça”, disse Blinken a repórteres em uma reunião de líderes asiáticos no Laos nesta sexta-feira (11).

Blinken também disse que tinha “uma preocupação real sobre a inadequação da assistência” que chega às pessoas em Gaza, enfatizando que os EUA estão “diretamente envolvidos com Israel no imperativo de atender às necessidades humanitárias” no enclave palestino sitiado.

Seus comentários foram feitos depois que o embaixador dos EUA nas Nações Unidas disse na quarta-feira (9) que Israel deve abordar urgentemente as “condições catastróficas” em Gaza e que “ações do governo israelense para limitar a entrega de ajuda” intensificariam o sofrimento.

Já em relação ao Líbano, Blinken enfatizou a necessidade de uma “solução diplomática” ao país, em meio a uma incursão terrestre israelense no sul e ataques aéreos intensificados contra o Hezbollah.