Militares de Israel afirmaram nesta quinta-feira, 18, que mais de 450 mil palestinos já deixaram a Cidade de Gaza, o equivalente a quase metade dos cerca de 1 milhão de pessoas que viviam no maior centro urbano da Faixa de Gaza antes do início do conflito.
A população está sendo forçada a fugir para o sul do território devido ao início da invasão terrestre sobre a cidade, até então alvo de bombardeios e de operações de demolição em áreas ao seu redor. Segundo anúncio do general israelense Effie Defrin, mais de “1.200 alvos terroristas” foram atingidos desde o início da ofensiva nesta semana.Em resposta, o grupo terrorista Hamas declarou que os reféns israelenses ainda sob seu poder não serão devolvidos. “O início da operação criminosa e sua expansão significam que vocês não vão capturar um único refém, vivo ou morto”, diz comunicado da facção.
A ala militar do Hamas disse que os israelenses raptados estão espalhados por bairros na Cidade de Gaza e que não haverá “cautela em relação às vidas” dos sequestrados. “Israel está entrando em uma guerra de desgaste que lhe custará um número adicional de mortos e reféns”, completou.
O Hamas ainda mantém 48 reféns capturados no ataque de 7 de outubro de 2023, e autoridades de Tel Aviv acreditam que cerca de 20 ainda estejam vivos.Os familiares dos sequestrados têm pressionado o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, para interromper a ofensiva militar e negociar um cessar-fogo.O porta-voz em português do Exército israelense, Rafael Rozenszajn, afirmou tratar como especulação os relatos de que o chefe do Estado-Maior israelense, Eyal Zamir, teria manifestado oposição e desaconselhado a operação durante reunião de gabinete com Netanyahu e outros ministros.
“O Exército israelense não é responsável somente pelas operações militares, mas também por comunicar oportunidades e riscos operacionais nas reuniões de gabinete, e é só o que o chefe do Estado-maior comunicou”, diz o porta-voz.Em meio ao novo avanço bélico, Tel Aviv anunciou que quatro soldados de um mesmo batalhão morreram e outros três ficaram feridos nesta quinta, após a explosão de uma bomba em Rafah, no sul de Gaza. Com isso, o número de israelenses mortos nas operações militares sobe para 469 pessoas.Nesta quinta, tanques israelenses avançaram em duas áreas da Cidade de Gaza que funcionam como portas de entrada para o centro, enquanto a internet e as linhas telefônicas foram cortadas no território.
A Companhia Palestina de Telecomunicações disse em um comunicado que seus serviços foram interrompidos. Pelo menos 85 palestinos foram mortos em toda Gaza em um período de 24 horas, segundo o Ministério da Saúde palestino, controlado pelo Hamas.
Centenas de milhares de palestinos fugiram desde que Israel anunciou que pretendia assumir o controle da Cidade de Gaza, mas muitos permanecem no local, seja em casas destruídas ou em acampamentos improvisados. Os militares têm lançado panfletos instando os moradores a fugir para o sul do território, mas agências humanitárias afirmam que há falta de comida, remédios e abrigo.Ao longo da estrada costeira em Gaza, uma fila com todo tipo de meio de transporte, desde carroças até carros velhos e vans de carga, seguia rumo ao sul, carregando colchões, botijões de gás e pertences dos palestinos.O novo avanço de Israel ocorre depois de uma equipe independente comissionada pela ONU afirmar que o Estado judeu comete um genocídio em Gaza, acusação que Tel Aviv nega.Responder

					


