A implantação da Reforma Tributária tem repercutido preocupação e incertezas para a indústria regional em relação aos investimentos e competitividade, de acordo com a Regional Campinas do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo). De acordo com a entidade, metade das indústrias associadas não tem uma avaliação sobre os efeitos da Reforma Tributária na competitividade, enquanto que em relação aos investimentos futuros, mais da metade disse não ter uma avaliação sobre o assunto.
De acordo com a pesquisa de Sondagem Industrial do Ciesp-Campinas, apresentada na última terça-feira, 27, 19% das empresas associadas disseram que o nível de competitividade deve aumentar com a Reforma Tributária, enquanto que 25% acredita que reduzirá e para 6% deve permanecer inalterada. Os outros 50% disseram não ter avaliação. Já quando perguntadas sobre as decisões de investimentos futuros, 25% acreditam que a Reforma terá influência positiva, 6% negativa, 13% acredita que não vai alterar e 56% disseram não ter avaliação.
Para o primeiro vice-diretor do Ciesp-Campinas, Valmir Caldana, o fato de mais da metade das empresas não terem uma avaliação sobre os impactos da Reforma Tributária para a indústria regional é preocupante. “A pesquisa apontou que mais da metade das indústrias ainda não iniciaram estudos sobre os efeitos da Reforma Tributária nos seus negócios, especialmente as pequenas e médias empresas”, disse o vice-diretor. “Essas análises já deveriam estar em andamento por parte das empresas”, explicou Caldana, que também é diretor do Departamento Jurídico do Ciesp-Campinas.
Caldana explicou que o fato da lei complementar da Reforma Tributária ainda não estar finalizada e ainda deve passar por promulgação e avaliação, sofrendo novas alterações, pode ser um dos fatores para que as pequenas e médias empresas não deem tanta importância para o tema no momento. “As linhas gerais já estão traçadas, mas os puxadinhos podem fazer com que precise retornar os estudos com alguma mudança ao longo do processo. Para quem é grande é necessário acompanhar no dia a dia, mas para quem é pequeno, podem pensar que vão estar estudando algo que pode não impactar, então preferem esperar todas as votações da reforma estarem completas”, acrescentou o vice-diretor.
Apesar desse fator apresentado por Caldana ser um dos possíveis motivos, os resultados da sondagem colocam o Ciesp-Campinas mais próximos de seus associados para que sejam incentivados a estudarem sobre o tema. “Vamos incentivá-los a fazerem estudos de localização, centro de distribuição e de indústria. Porque o componente principal na Reforma muda a cobrança do local da produção para o local do consumo, ou seja, podem ocorrer mudanças na localização das indústrias e em toda a malha logística” explicou Caldana.


