A adoção de novos impostos ou o de já existentes por parte do governo federal pode trazer impactos negativos para grande parte das indústrias da região de Campinas, é o que aponta a Sondagem Industrial de junho, apresentada pela Regional Campinas do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp-Campinas). De acordo com a pesquisa, 83% das associadas apontaram que o impacto negativo seria significativo, com redução de margens de lucros e atrasos nos investimentos, enquanto que os outros 17% das indústrias associadas apontaram que os impactos seriam extremamente negativos, levando a cortes drásticos de custos.
A Sondagem apontou ainda que a produção, venda e lucratividade tiveram uma queda. Para 66% das associadas o volume de produção diminuiu, enquanto que 67% disseram que a lucratividade e a venda diminuíram. Para o diretor do Ciesp-Campinas, José Henrique Toledo Corrêa, os dados estão ligados à falta de estímulos econômicos na indústria do país. “Tudo isso impactado pela política econômica do governo, que faz com que haja um desestímulo à atividade produtiva. A pesquisa mostra também que o impacto negativo de aumento de IOF e na Conta do Desenvolvimento Energético (CDE), aumentarão consideravelmente, atingindo tanto a população em geral e também toda a atividade produtiva. O Brasil precisa de incentivo à produção e não é o que está acontecendo no momento”, acrescentou.
Apesar da situação vista como negativa para o futuro com as novas medidas tarifárias e com a queda na taxa de lucratividade e produção, a pesquisa apontou que o nível de inadimplência e endividamento seguiu inalterado para 67% e 66%, respectivamente. Por outro lado, o diretor do Ciesp-Campinas aponta que a previsão é de que estes números mudem e a taxa de endividamento e inadimplência aumente nas próximas sondagens.
Dentre as perguntas apontadas para a indústria regional na sondagem, a pesquisa levou em conta os reflexos que a Medida Provisória 1.300/25, que trata de alterações no setor elétrico brasileiro, com foco na Tarifa Social de Energia Elétrica e prevê aumento para a indústria, da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). Para 67% das empresas associadas os preços de produtos da cesta básica ou outros bens fabricados no Brasil devem aumentar devido a nova medida, enquanto que os 33% dizem não ter avaliação sobre o tema.
Para o vice-diretor do Ciesp-Campinas, Valmir Caldana, apesar do setor industrial ser a locomotiva da economia brasileira, ele tem que se adaptar para não repassar custos. “Mas, aumentos como a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) penalizam todos os setores, bem como aumento de tributação”.

					