O governo de São Paulo lançou o maior programa de saúde digital da rede pública de São Paulo. A iniciativa reúne soluções tecnológicas que ofertarão atendimentos de telemedicina voltados para a atenção primária, consultas com especialistas, suporte às equipes hospitalares, além de assistência à população privada de liberdade. As diversas ferramentas de telessaúde aumentarão a oferta de serviços, além de agilizar o diagnóstico e dar mais resolutividade à rede de saúde.
Todas as políticas públicas e ações em saúde digital serão coordenadas pelo Centro Líder de Inovação em Saúde Digital do Estado, localizado no Instituto Perdizes do Hospital das Clínicas, na capital do estado. Ao todo, o local conta com 98 estações de teleatendimento e um painel de monitoramento que apoiará as tomadas de decisões. Além disso, permitirá coordenar os serviços de saúde que farão parte do programa de saúde digital e monitorar os resultados dos serviços prestados à população.
O Centro integra as mais variadas tecnologias em saúde digital, possibilitando a conexão de ferramentas que otimizam os quatro modelos de telessaúde: atenção primária, especializada e hospitalar, além de assistência à população privada de liberdade. Todos já estão em funcionamento e serão expandidos gradativamente pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) para toda a rede de saúde paulista. O programa possui um investimento previsto no valor de R$ 166 milhões.
O funcionamento do programa deve acontecer com quatro serviços: Atenção Básica, Atenção Especializada, Alta Complexidade e Capacitações. Na atenção básica, haverá o TeleAPS (Tele Atenção Primária em Saúde) que permitirá o atendimento multiprofissional remoto a pacientes de UBSs e dos programas de Estratégia Saúde da Família (ESF) através de teleconsultas e atendimento domiciliar remoto a pacientes crônicos.
Pelo TeleAPS, o paciente procura uma UBS, com ou sem agendamento e, após triagem, é encaminhado para uma sala de teleatendimento para consulta com um profissional especializado em Medicina de Família e Comunidade ligado ao HCFMUSP. Se necessário, após a consulta, o profissional da UBS orienta o paciente sobre os próximos atendimentos, medicamentos e entrega de documentos. Além das ofertas de serviços nas UBS, serão utilizados tablets para que as teleconsultas sejam realizadas com pacientes que precisam de acompanhamento domiciliar.
Dentro da atenção básica ainda, o programa digital prevê o TeleSAP que oferece atendimento médico remoto à população privada de liberdade no Estado. O objetivo do serviço é ampliar e qualificar o acesso desta população à assistência à saúde, proporcionar qualificação profissional na atenção primária às equipes locais das unidades prisionais, além de apoiar o restabelecimento de conexão das unidades com os equipamentos de saúde dos territórios em que estão localizadas.
Na atenção especializada, o AME+Digital é um serviço que possibilitará melhoria do atendimento ao paciente por meio de plataforma unificada, triagem qualificada, teleatendimento e aplicativo virtual. Atualmente o serviço já está sendo oferecido para algumas unidades prisionais, mas a previsão é de que seja ampliado para outras cidades, oferecendo o modelo híbrido nos AMEs. O serviço incluirá consultas nas especialidades com menores ofertas e de maior prevalência. Os agendamentos serão realizados por meio do Sistema Informatizado de Regulação do Estado de São Paulo (Siresp). Com esse novo modelo, o Governo de SP pretende reduzir as filas de espera, ter assertividade na realização de exames e agilidade no agendamento de novas consultas.
Para o atendimento de alta complexidade, o TeleUTI vai auxiliar as equipes dos hospitais da rede pública de saúde com discussões dos quadros clínicos de pacientes internados nas UTIs, com o objetivo de melhorar resultados assistenciais, diminuir do tempo médio de permanência dos pacientes nos leitos e promover maior giro de leitos nas UTIs, reduzindo custos com construção de novos leitos em até R$ 76 milhões. Esta iniciativa está em fase de treinamento dos profissionais de saúde, que serão os pontos focais das equipes assistenciais nos hospitais da rede pública de São Paulo.
Por fim, o programa vai incluir também o PD&I Saúde Digital, em que serão realizadas diferentes modalidades de capacitações de profissionais de saúde.