Cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC) aprovaram o projeto de implantação das microflorestas urbanas, executado em Campinas. O projeto foi apresentado durante a reunião do Conselho de Desenvolvimento da RMC, em que foram discutidos os temas como as microflorestas, o projeto de Monitoramento para Enfrentamento dos Extremos Climáticos e o programa Reconecta RMC.
Com a aprovação do projeto de microflorestas urbanas por outras cidades da região, o projeto deve ser executado em toda a RMC.
Para o prefeito de Campinas e presidente do CD-RMC, Dário Saadi, o programa de microflorestas que está sendo executado em Campinas é uma maneira inteligente de enfrentar as mudanças climáticas. “Nós temos ilhas de calor em Campinas com temperaturas em torno de cinco a seis graus mais altas em relação a outras áreas, isso exige que a gente trabalhe a questão ambiental com inteligência. A microfloresta é uma intervenção de baixo custo que pode ser adotada nas demais cidades da RMC”, pontuou.
O secretário de Serviços Públicos de Campinas, Ernesto Paulella, falou da interferência da microfloresta urbana no clima e como implantar esse mecanismo nas cidades. “Estruturalmente as microflorestas são aglomerados de árvores que podem ser plantadas em espaços muito pequenos, cem ou duzentos metros quadrados, por exemplo. Essa aglomeração de árvores provoca uma série de efeitos secundários, relativos à pequena fauna, que vão provocar um novo processo de equilíbrio de vida nesses espaços. A microfloresta também pode diminuir em até 3 graus centígrados o microclima local”, destacou.
A reunião entre os municípios da região também discutiram o Programa Reconecta, um programa inédito em uma região metropolitana, que prevê a conexão da fauna através dos corredores ecológicos. “O que nós precisamos é atualizar as ações que cada município fez e com esse balanço divulgar os resultados”, disse Dário Saadi.
O programa já tinha sido aprovado pelo Conselho da RMC em 2017, sendo que sua execução deve trazer impactos significativos para a região. “Nós temos quase 3,8 quilômetros quadrados de extensão, aproximadamente 3,3 milhões de habitantes e apenas 15% do total do nosso território tem vegetação remanescente da Mata Atlântica e muito pouco de Cerrado. Em 2020-2021, refizemos o convênio do Reconecta, programa inédito em regiões metropolitanas para implementação do plano de ação da área de conectividade da nossa região até 2030”, afirmou o secretário do Clima, Meio Ambiente e Sustentabilidade de Campinas, Braz Adegas Júnior.
De acordo com uma lista feita pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Campinas é a 4° cidade com maior índice de arborização no entorno de domicílios entre cidades com mais de 1 milhão de habitantes. A lista aponta que em Campinas, 84,38% das casas têm árvores em seu entorno. A cidade só ficou atrás das capitais Goiânia, Curitiba e Brasília, respectivamente. O levantamento foi feito com base em dados do Censo de 2022 e considera apenas árvores no entorno de residências, e não conta algumas áreas densamente arborizadas, como parques e bosques.
