O número de adultos vivendo com diabetes chegou a dobrar entre os anos de 1990 e 2022, chegando a 828 milhões de pessoas nesta condição. Destas, pelo menos 445 milhões, mais de 57% dos pacientes com mais de 30 anos dizem não ter recebido tratamento em 2022. Os dados são de um relatório global publicado no periódico The Lancet, divulgado na última quarta-feira, 14, Dia Mundial do Diabetes.
Os dados mostram que a taxa global de pessoas com diabetes dobrou de aproximadamente 7% para cerca de 14%, entre 1990 e 2022. Em 1990, eram 198 milhões, enquanto em 2022 chegaram a 828 milhões.
De acordo com o relatório, dos mais de 820 milhões de adultos vivendo com diabetes tanto do tipo 1 quanto 2, os maiores números estão em países de baixa e média renda, que costumam demorar mais a ter acesso às terapias mais avançadas para controlar a condição.
No ranking mundial, a Índia e China concentram os maiores números de pessoas com diabetes, com 212 e 148 milhões respectivamente. Já o Brasil aparece na sexta posição, com 22 milhões de casos.
Os dados demonstram um alerta global para a doença, sendo que no Dia Mundial do Diabetes, governos buscam alertar para a doença que tem crescido a cada ano. Além disso, a falta de tratamento tem sido o fator que mais tem preocupado especialistas.
Embora o levantamento não tenha separado o diabetes por tipo, há fortes indícios que a maior parcela de casos é do tipo 2, segundo os pesquisadores. O estudo revelou que os principais fatores para o aumento da diabetes em nível global esta atribuído a obesidade e má alimentação.
No Brasil, a Pesquisa Nacional do Vozes do Advocacy em Diabetes e Obesidade aponta que a principal barreira para o acompanhamento de diabetes é o tempo de espera tanto para agendar quanto para conseguir consultas médicas. A pesquisa revela que em 13% dos casos, o médico não sugeriu periodicidade de acompanhamento. No total, 10% não costumam passar por consultas e 6% o fazem com frequência menor do que deveriam. De acordo com o estudo, aproximadamente dois milhões de pessoas têm acompanhamento inadequado da doença, o que reflete no descontrole da glicemia.
Outro dado alarmante da pesquisa que contribui para o descontrole do diabetes é que 58% dos participantes da pesquisa fazem acompanhamento com médicos de família, ao invés do endocrinologista, que tem especialização sobre a condição.