Campinas confirmou as duas primeiras mortes por febre maculosa de 2025, sendo que também foram os primeiros casos confirmados deste ano. As vítimas são um homem de 63 anos, que apresentou os primeiros sintomas da doença em 31 de maio e a morte ocorreu em 6 de junho, além de uma mulher de 47 anos, que apresentou início dos sintomas em 4 de junho e o óbito foi no dia 10 do mesmo mês. Segundo a Secretaria de Saúde de Campinas, o homem teria sido infectado em uma área de pesca em outro município do estado, enquanto que o local provável de infecção da mulher foi um terreno privado na área rural do distrito de Sousas. Em relação ao caso com transmissão em Campinas, a Saúde reforçou a sinalização de risco para transmissão da febre maculosa com instalação de placas de alerta nas proximidades do local provável de infecção. Além disso, houve um trabalho de ação educativa com orientações para a população que reside em imóveis próximos das áreas com risco de transmissão no distrito de Sousas. Foi feito ainda um trabalho para sensibilização dos profissionais das imobiliárias com sede próxima ao local provável de infecção, incluindo um comunicado com recomendações de cuidados durante as atividades em áreas de risco e a importância de orientar os clientes. Nos últimos anos, Campinas registrou um número considerável de casos de febre maculosa. Em 2024 foram oito casos, todos com transmissão na cidade, e um óbito. Já em 2023, o número foi ainda maior, foram 20 casos da doença, sendo 17 destes transmitidos dentro do município, e sete resultaram em óbitos.
A febre maculosa é uma doença grave, com alta letalidade, causada pela bactéria Rickettsia rickettsii. A infecção se dá pela picada do carrapato-estrela infectado com esta bactéria.
O período de sazonalidade costuma ter início em junho e se estende até novembro em razão do registro de dias seguidos de baixa umidade relativa do ar, condição climática em que há maior predomínio das fases jovens do carrapato-estrela no ambiente, o que aumenta o risco de transmissão e ocorrência da doença.
Na fase jovem, quando o carrapato é conhecido como “micuim” (larvas) e “vermelhinho” (ninfas), ele pode parasitar qualquer animal, inclusive o ser humano, que frequenta áreas com vegetação, especialmente onde há cavalos, capivaras e outros animais silvestres.
Os sintomas iniciais são febre, dor de cabeça e dor no corpo, com piora progressiva. Surgem de dois a 14 dias após a picada do carrapato infectado, podendo ser confundidos com outras doenças, como dengue, leptospirose e gripe.
A febre maculosa tem cura, mas o tratamento precisa ser iniciado logo nos primeiros dias de sintomas para evitar agravamento e possível óbito. É importante evitar contato direto com vegetação, principalmente perto de rios, córregos e lagoas, utilizar roupas e calçados que cubram o corpo e ficar atento para retirar rapidamente eventuais carrapatos aderidos à roupa e ao corpo.
Caso a pessoa apresente febre entre dois a 14 dias após frequentar áreas verdes, a pessoa deve procurar imediatamente um serviço de saúde e informar que esteve em local onde o carrapato-estrela pode estar presente. Com isso, a Saúde ressalta a importância de não banalizar sintomas, uma vez que o tratamento oportuno é imprescindível para salvar vidas.
Além disso, para prevenir a doença, quem visita, trabalha ou mora em áreas de risco, próximo a matas, rios e parques com áreas verdes, deve evitar caminhar, sentar e deitar na grama e em locais com acúmulo de folhas secas, evitar se aproximar de rios, lagos e animais presentes nos locais, observar sempre o corpo e as roupas. Caso encontre o carrapato, é necessário retirar com cuidado, sem esmagar, de preferência usando uma pinça e lavar o local com água e sabão. Por fim, a Saúde reforça ainda que é importante respeitar as sinalizações e orientação das placas de informação sobre o risco para infecção da febre maculosa e presença do carrapato-estrela.

