
Campinas deu início a aplicação da “dose zero” da vacina contra o sarampo, medidas recomendada pelo Ministério da Saúde a fim de evitar a reintrodução da doença no país diante do aumento de casos de sarampo nas Américas. Aprovado e anunciado pelo Ministério no final de maio, a “dose zero” é uma iniciativa que busca imunizar crianças de 6 meses a menores de 1 anos contra o sarampo. Desde a recomendação, a medida tem sido restrita a alguns estados e regiões considerados de maior vulnerabilidade. Em Campinas, a “dose zero” está disponível desde a última segunda-feira, 16.
Com a aplicação da dose da vacina em crianças de 6 meses a 11 meses, a medida se trata de um acréscimo ao esquema que já era formado por duas doses preconizadas: aos 12 meses (1 ano) e aos 15 meses (1 ano e três meses).
“É muito importante que os pais e responsáveis levem as crianças aos centros de saúde para receber a dose zero ou atualizar a caderneta. A vacina é segura e extremamente importante para evitar a reintrodução de casos em Campinas, uma cidade populosa que mantém inúmeras conexões nas áreas de ensino e outras atividades profissionais com outras cidades das Américas”, explicou a coordenadora do Programa de Imunização em Campinas, Chaúla Vizelli.
Importante destacar que essa dose é uma imunização adicional e não substitui o esquema vacinal regular. Infectologistas reforçam que a dose zero é uma resposta emergencial em contextos de alto risco e que os pais devem vacinar seus filhos com essa dose e seguir o calendário de vacinação normalmente, aos 12 e aos 15 meses
O sarampo é uma doença infecciosa altamente contagiosa, causada por um vírus, e pode ser fatal. A única maneira de evitar o sarampo é por meio da vacinação. A proteção é garantida pelos imunizantes SCR/tríplice viral (sarampo, caxumba rubéola) ou tetraviral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela) ou dupla viral (sarampo e rubéola).
Mesmo sendo uma doença prevenível por vacina, o Brasil e vários países das Américas voltaram a registrar casos, acendendo o sinal de alerta entre as autoridades de saúde. Na nota técnica em que anuncia a medida, publicada em 26 de maio, o Ministério da Saúde informou que até o dia 19 de abril foram confirmados 2.325 casos de sarampo nas Américas, incluindo quatro óbitos. Esse número representa um aumento de 11 vezes em comparação com o mesmo período de 2024, quando foram registrados 205 casos. Os casos foram registrados na Argentina, Belize, Bolívia, Canadá, México, Estados Unidos e Brasil.
Em Campinas, o último caso de sarampo registrado em um morador foi em 2021, o único do ano. Já em relação ao último óbito pela doença, o registro é de 1997. Apesar disso, a cidade e outros municípios que integram a Região Metropolitana foram incluídas entre as regiões de recomendação para aplicação da “dose zero”. Campinas foi a primeira cidade da região a dar início a aplicação, mas a expectativa é de que outros municípios da RMC também adotem a recomendação.
					
