O Brasil deixou o status de “país endêmico” do sarampo depois de mais de um ano sem confirmação de novos casos. Desde quarta-feira, 22, o status do país é de “país pendente de reverificação”, anunciado durante a Terceira Reunião Anual da Comissão Regional de Monitoramento e Reverificação da Eliminação do Sarampo, da Rubéola (SR) e Síndrome da Rubéola Congênita (SRC), promovida pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS).
Desde 2020, o país apresenta queda no número de casos de sarampo com 20.901 registros, em 2019; 8.100, em 2020; 670, em 2021; e 41, em 2022. O último caso foi confirmado em junho de 2022, no Amapá. No estado de São Paulo, os números de destacam em 2019, quando foram registrados 9.370 casos, sendo que nos anos anteriores os valores variavam entre 0 e 5 casos por ano. Já em 2020, a taxa caiu para 451 casos, enquanto que em 2021 e 2022 foram menos de dez casos a cada ano. Em 2023, dados da Secretaria estadual de Saúde não registram nenhum caso da doença até a primeira semana de novembro.
O Ministério da Saúde realiza ações conjuntas com estados e municípios para interromper a circulação do vírus do sarampo nos quatro estados com maior transmissão em 2022: Amapá, Pará, Rio de Janeiro e São Paulo. Somente em 2023, foram investidos R$ 724,1 milhões em ações de vigilância em saúde, laboratórios estaduais, imunobiológicos, capacitações e imunização, com estratégias de microplanejamento e multivacinação. “Foi recomendado que continuemos com o microplanejamento como estratégia de fortalecimento da vacinação nos municípios. É preciso reconhecer o trabalho desenvolvido por estados e municípios no combate ao sarampo”, afirmou Éder Gatti, diretor do Departamento de Imunização e Doenças Imunopreveníveis. “Além de seguir com o fortalecimento da vacinação, vamos seguir intensificando a vigilância das doenças exantemáticas, para que o Brasil continue livre do sarampo e da rubéola congênita”, acrescentou.
A nova condição permite que o Brasil inicie o processo de recertificação de país livre de sarampo, categoria suprimida em 2019. O intenso fluxo migratório de países vizinhos associado às baixas coberturas vacinais em vários municípios, em 2018, permitiu a reintrodução do vírus da doença no país. O Brasil havia recebido a certificação de país livre da doença em 2016.
