O Estado de São Paulo registrou um aumento no número de atendimentos psicológicos no Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo dados da Secretaria de Saúde do Estado, o número de atendimentos em saúde mental cresceu 40% entre 2022 e 2024, passando de 1,6 milhão para 2,4 milhões de procedimentos.
Além disso, só nos primeiros seis meses de 2025, já foram registrados 1,3 milhão de atendimentos.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que, em média, mais de 720 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos, em todo o mundo. Só em 2021, o suicídio foi a terceira principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos.
No Brasil, o número de suicídios da população em geral e de pessoas indígenas somados aumentou 66,47% em uma década (2013-2023). O Atlas da Violência 2025, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), revela que, em 2023, foram mais de 16,8 mil casos: em média, 46 pessoas cometem suicídio por dia no país.
Neste mês, a campanha do Setembro Amarelo prevê conscientizar a população sobre os cuidados com a saúde mental, além de prevenção ao suicídio. A campanha teve início em 2015 e segue acontecendo anualmente em todo o país com diversas ações. Em 2025, a campanha do Setembro Amarelo tem o tema “Conversar pode mudar vidas”. O foco é reforçar que o diálogo é uma ferramenta poderosa para acolher quem sofre em silêncio e, por isso, o objetivo é promover a conversa sobre a prevenção do suicídio.
Nesta semana, o governo federal sancionou a Lei que institui o Setembro Amarelo como política pública nacional, definindo o mês para promoção da saúde mental e da conscientização sobre a prevenção da automutilação e do suicídio.
Publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira, 9, o texto define que a campanha Setembro Amarelo deve ser voltada a informar sobre riscos, oferecer orientação sobre recursos disponíveis de apoio e tratamento e fortalecer o acolhimento às pessoas que enfrentam desafios relacionados à automutilação e a pensamentos ou à intenção de tirar a própria vida, chamada tecnicamente de “ideação suicida”.
Pela publicação, também ficam instituídos o dia 10 de setembro como o Dia Nacional de Prevenção do Suicídio e o dia 17 de setembro como o Dia Nacional de Prevenção da Automutilação.
Como medida de prevenção ao suicídio do Setembro Amarelo, o governo federal lançou ainda a Cartilha Amarela – Prevenção e combate ao assédio, a outras formas de violências e ao suicídio relacionado ao trabalho. O documento trata o suicídio como um grave problema de saúde pública e alerta para os impactos de práticas abusivas e ambientes de trabalho hostis à saúde física e mental de trabalhadores.
Profissionais da área da saúde reforçam a importância do cuidado com a saúde mental, para além dos atendimentos na rede pública de saúde do país. Entre as práticas recomendadas estão a realização de atividades físicas regulares, associadas a uma alimentação equilibrada e a um sono de qualidade, a manutenção de conexões sociais saudáveis, que fortalecem o sentimento de pertencimento e a reserva de tempo para lazer e relaxamento, por meio de hobbies, leitura, meditação ou contato com a natureza.
Para além do autocuidado, a procura por ajuda profissional é crucial e pode ser feita de forma gratuita pelo SUS. No país, o apoio e tratamento à saúde mental é feito através dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps), que conta com equipes multiprofissionais formada por médicos, enfermeiros, psicólogos, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais e técnicos de enfermagem.
Outra modalidade assistência gratuita é o Centro de Valorização da Vida (CVV) que oferece canais de atendimento disponíveis 24 horas por dia, todos os dias da semana, inclusive aos fins de semana e feriados para prestar apoio emocional e prevenção do suicídio a todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob anonimato. O CVV atende no telefone Ligue 188, no chat e por e-mail.
Em qualquer caso de urgência ou emergência, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192) pode ser acionado imediatamente pelo telefone 192 e a Polícia Militar do estado, no telefone 190.
No estado de São Paulo, o atendimento psicológico deve ser procurado inicialmente pela Rede de Atenção Psicossocial (Raps) e pelas Unidades Básicas de Saúde (UBSs).

					
