A Alemanha apresentou um pacote de medidas que endurecem leis de imigração, asilo e portes de armas no país. A decisão foi tomada pela coalizão de partidos liderada pelo primeiro-ministro do país, Olaf Scholz, seis dias após um refugiado sírio realizar um atentado a faca e matar três pessoas em Solingen. De acordo com a ministra do Interior, Nancy Faeser, as medidas são “extensas e duras”. Dentre as propostas, o pacote de medidas apresentado inclui uma interrupção nos benefícios recebidos por refugiados que solicitaram asilo em outro país da União Européia e depois foram para a Alemanha. Agora, a medida prevê que quem fizer isso só receberá o mínimo necessário para fazer a viagem de volta ao país onde tramita o pedido de asilo. A medida foi tomada já que este foi o caso do refugiado sírio preso por conta do atentado. Issa Al H., que teve o sobrenome omitido pelas autoridades como pedem as leis de privacidade alemãs, entrou na UE pela Bulgária em 2022 e pediu asilo como refugiado da guerra na Síria ao governo búlgaro. Quando Al H. entrou na Alemanha, Berlim pediu para que a Bulgária o recebesse de volta, uma vez que ele deveria esperar a conclusão do seu pedido de refúgio na Bulgária. Assim que o governo búlgaro concordou, as autoridades alemãs fizeram uma tentativa de deportar Al H. —mas ele não foi encontrado e permaneceu livre até cometer o atentado. O pacote de medidas prevê ainda a remoção do status de refugiado de qualquer pessoa que visite seu país de origem. “Se uma pessoa tira férias no seu país depois de nos ter dito que não pode viver lá, então ela precisa perder a proteção que recebe”, disse Buschmann. Exceções serão abertas para casos pontuais, e refugiados ucranianos não estão inclusos na nova regra. Adultos e também menores de idade envolvidos com ataques a faca também terão o processo de deportação acelerado. Além disso, refugiados condenados de um crime serão deportados mesmo que venham de países oficialmente considerados pelo governo alemão perigosos demais para que pessoas sejam enviadas de volta, como a Síria e o Afeganistão. As novas regras também proíbem o porte de facas em diversas situações, como em festivais de rua, eventos esportivos e estações de trem, e aumentar o financiamento das polícias para que haja mais fiscalização nesses lugares. Os requerimentos para obter uma arma de fogo ou artefatos explosivos também vão ficar mais rígidos.