O Brasil atingiu a menor taxa de fecundidade já registrada: 1,6 filho por mulher, segundo dados do Censo Demográfico de 2022 divulgados nesta sexta-feira, 27, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número está abaixo do nível de reposição populacional, que é de 2,1 filhos por mulher — o mínimo necessário para manter estável o tamanho da população ao longo das gerações.
Segundo dados da Taxa de Fecundidade Total (TFT), em 1960 a taxa era de 6,28 filhos por mulher, sendo que em 2022, a taxa caiu para 1,55 filho por mulher no país. O número está abaixo do nível de reposição populacional, que é de 2,1 filhos por mulher — o mínimo necessário para manter estável o tamanho da população ao longo das gerações. A taxa brasileira é mais baixa que de países como a Nigéria (4,6), França (1,8) e Estados Unidos (1,7), mas está acima da de países como Argentina (1,5), Chile (1,3) e Itália (1,2).
A menor taxa regional em 2022 foi registrada no Sudeste (1,41), seguida pelo Sul (1,50), Centro-Oeste (1,64), Nordeste (1,60) e Norte (1,89) — região que, historicamente, apresentava os maiores índices.
No Brasil, a idade média da fecundidade em 2000 era de 26,3 anos, passando para 26,8 anos em 2010 (aumento de 0,5 anos) e para 28,1 anos em 2022 (aumento de 1,3 anos).
Os dados dos Censos Demográficos de 2000, 2010 e 2022 indicam ainda o crescimento no percentual de mulheres de 50 a 59 anos que não tiveram filhos nascidos vivos, ou seja, no grupo de mulheres que concluiu recentemente a passagem pelas idades do ciclo reprodutivo com maior ocorrência de nascimentos e cuja ausência de filhos tidos nascidos vivos tende a ser permanente. No Brasil, o percentual de mulheres de 50 a 59 anos que não tiveram filho era de 10% em 2000, passando para 11,8% em 2010 e para 16,1% em 2022.
Os dados do Censo também mostram diferenças na fecundidade entre grupos sociais. Mulheres indígenas lideram em número de filhos (média de 2,8), seguidas por pardas (1,7), pretas (1,6), brancas (1,4) e amarelas (1,2).
A fecundidade também diminui conforme aumenta o nível de escolaridade: mulheres com ensino superior completo têm, em média, 1,2 filho, enquanto aquelas com menor escolaridade têm média de até 2.


