Brasil pode ultrapassar marca histórica de mortes por câncer de colo de útero em 2025

O Brasil deve registrar a marca histórica de mortes por câncer de colo de útero em 2025. De acordo com uma projeção do INCA (Instituto Nacional do Câncer), são esperados 17 mil novos casos de câncer de colo de útero, podendo ultrapassar a marca de 7 mil mulheres mortas pela doença. Com a projeção, o governo federal, estaduais e municipais lançam a Campanha do Março Lilás, mês de prevenção e diagnóstico precoce ao câncer de colo de útero.

Representando 7% dos casos de câncer no país, especialistas e médicos têm se preocupado com a possibilidade de crescimento do câncer de colo de útero para este ano, com foco principal na baixa cobertura vacinal contra o HPV em território nacional, vacinação que pode contribuir na prevenção ao câncer de colo de útero e outros tipos de tumores.

Na última terça-feira, 04, foi celebrado o Dia Mundial de Combate ao HPV, sendo que na mesma semana, o Ministério da Saúde reforçou as estratégias de vacinação do HPV. O objetivo é mobilizar estados e municípios para resgatar adolescentes e jovens de 15 a 19 anos que ainda não receberam a vacina, essencial na prevenção de cânceres do colo do útero, vulva, pênis, ânus e orofaringe.

A estratégia abordou a introdução da vacina contra o HPV em dose única no Brasil, que facilita a operacionalização da vacina, contribuindo para a eliminação do câncer de colo do útero e sendo a forma mais rápida de combater a doença em todo o mundo.

Além de ampliar o público-alvo para jovens de 15 a 19 anos, o Brasil também passou a incluir novos grupos prioritários na vacinação contra o HPV. Pacientes com papilomatose respiratória recorrente, que exigem múltiplas cirurgias ao longo do ano, agora fazem parte dessa estratégia, devido à redução da necessidade de intervenções cirúrgicas promovida pela imunização. Outros grupos que também foram incorporados são os usuários de PrEP (profilaxia pré-exposição ao HIV) e indivíduos imunossuprimidos, de 9 a 45 anos, de ambos os sexos.

A ação de resgate será realizada em fases, com o foco inicial em 120 municípios que apresentam os maiores índices de jovens sem vacinação. A meta é vacinar 90% dessa faixa etária que ainda não recebeu nenhuma dose da vacina. Para isso, os estados e municípios deverão adotar locais estratégicos de vacinação, como escolas, universidades, shoppings e ginásios esportivos, além das unidades básicas de saúde. “Os adolescentes não vacinados representam um problema global significativo, pois, além das consequências para a própria saúde, são potenciais transmissores do HPV. O desafio é grande, porque esse público dificilmente procura os serviços de saúde para se vacinar. Por isso, estamos reforçando a vacinação em escolas e outras estratégias para alcançar essa população”, explicou a coordenadora-Geral de Incorporação Científica e Imunização da SVSA, Ana Catarina.