Região de Campinas registra aumento nos casos de coqueluche

A região de Campinas registrou um aumento significativo nos casos de coqueluche durante o ano passado. De acordo com dados da Secretaria Estadual de Saúde, só em 2024 foram 184 casos registrados, um aumento de 2.200% se comparado ao ano anterior quando foram contabilizados 8 casos da doença. Apesar do aumento de casos, a pasta destaca que não houve óbitos pela doença. Os números correspondem ao total de registros nos 42 municípios que integram o Grupo de Vigilância Epidemiológica (GVE) de Campinas.

Também conhecida como “tosse comprida”, a coqueluche é uma doença infecciosa que afeta as vias respiratórias, causando crises de tosse seca e falta de ar. É altamente transmissível, já que o contaminado pode infectar através da tosse, espirros ou mesmo ao falar.

A principal forma de combate à doença no Brasil é a vacinação. Disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), o imunizante é destinado a crianças, gestantes, puérperas e profissionais da saúde.

A coqueluche é causada pela bactéria Bordetella pertussis. Ela ocorre principalmente em crianças e bebês menores de um ano de idade. Segundo o Ministério da Saúde, os sintomas da coqueluche podem se manifestar em níveis. No primeiro, o mais leve, os sintomas são parecidos com o de um resfriado, podendo apresentar mal-estar geral, corrimento nasal, tosse seca e febre baixa. Em seguida, a tosse seca piora, se tornando severa e descontrolada, podendo comprometer a respiração e até provocar vômito ou cansaço extremo.

Os sinais e sintomas da coqueluche duram entre seis a 10 semanas, podendo durar mais tempo, conforme o quadro clínico e a situação de cada caso. Nesta fase, os sintomas são mais severos e, dependendo do tratamento, podem durar até mais de um mês.

É normal que adultos e adolescentes tenham sintomas mais leves em relação às crianças. A gravidade da doença também está relacionada à falta de imunidade e à idade. O tratamento é feito com antibióticos disponíveis nos serviços de saúde.

No Brasil

Em 2024, o Ministério da Saúde alertou sobre o reaparecimento e aumento dos casos de coqueluche em todo o país, além de ter reforçado a importância da vacinação. Só no ano passado foram 3.253 registros de casos notificados de coqueluche, o que o torna o ano com mais casos desde 2014, quando foram registrados 8.622 casos da doença. Em 2013 foram contabilizadas 3.113 pessoas doentes, segundo painel epidemiológico do Ministério da Saúde..

Os índices de coqueluche começaram a cair a partir de 1990, quando eram cerca de 10 casos por 100 mil habitantes (índice de 10,0) com o aumento da vacinação da população. Neste ano, somente o estado do Paraná teve índice nesse patamar, registrando coeficiente de 10,60.

Em relação aos estados brasileiros, o Paraná é o que concentra o maio número de mortes e casos. Das 13 mortes registradas no ano passado, 4 foram no Paraná, além dos 1.224 casos. São Paulo é o segundo estado em total de casos, com 870 casos registrados no último boletim.