Campinas está sendo representada durante a COP 29 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas), que está acontecendo entre os dias 11 a 24 deste mês, em Baku, no Azerbaijão. Representando o município, o prefeito Dário Saadi está presente na conferência, sendo que na segunda-feira, 11, Saadi falou sobre a experiência da cidade com o Plano Local de Ação Climática (PLAC).
Saadi integra a delegação da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) na COP 29 e apresentou os projetos de Campinas no painel “Compromisso com a ação – Abordagem brasileira para uma governança climática multinível”, do Consórcio Interestadual da Amazônia Brasileira. Ele falou sobre a importância de financiamento do Governo Federal para que os municípios possam enfrentar a questão das obras necessárias para reduzir os impactos das mudanças climáticas.
Durante sua fala, o prefeito citou o projeto das obras antienchente das avenidas Princesa D’Oeste e Orosimbo Maia, que custarão, em sua primeira etapa, R$ 559,6 milhões aos cofres públicos. Outro projeto apresentado pelo prefeito foi a Usina Verde, que destina grande volume de galharia para a compostagem e gera um volume importante de composto orgânico. “Estamos usando esse adubo em toda a jardinagem da cidade e, futuramente, nós vamos vender. Então, eu entendo que esse compromisso de ter uma governança multinível é fundamental”, disse.
Saadi defendeu também que o governo federal subsidie as obras de combate aos efeitos das mudanças climáticas. “Não basta apenas ter ações coordenadas, é necessário que os governos nacionais financiem com juros subsidiados para que os municípios possam avançar. Muitos municípios não têm a capacidade técnica de elaborar projetos, além da dificuldade de financiamento. O BNDES deveria entrar na questão da mudança climática com força, com ampliação dos recursos do Fundo Climático”, disse o prefeito.
O PLAC, citado pelo prefeito no encontro, é um documento que elenca 20 ações e 96 subações para serem executadas no curto (2032), médio (2040) e longo prazos (2050), integrando a ação climática aos processos estratégicos de planejamento, gestão e serviços urbanos desenvolvidos pela Prefeitura.
Cerca de 40% das ações já estão em andamento, como é o caso do aumento da capacidade da Usina Verde para tratar resíduos orgânicos; ampliação da coleta urbana mecanizada; ampliação da rede cicloviária; manejo da arborização urbana; capacitação de líderes comunitários para enfrentamentos de extremos climáticos e aumento do número de câmeras de monitoramento em áreas de alagamento e de painéis digitais de comunicação de alerta.
A COP 29 também será um espaço de discussão sobre financiamento climático, na busca de um resultado que ajude as nações a terem os recursos necessários para se adaptarem às mudanças do clima. Neste aspecto, o prefeito irá compartilhar a experiência de Campinas, que utilizará recursos financeiros do Fundo Clima, por meio do financiamento do BNDES, para implementação de obras de adaptação climática, inclusive com soluções baseadas na natureza.



