A história da humanidade é marcada por avanços tecnológicos que moldaram nosso mundo de maneiras profundas e muitas vezes imprevisíveis. Atualmente, vivemos em uma era onde as inovações tecnológicas têm o potencial de impulsionar o desenvolvimento individual e social como nunca antes visto.
Plataformas como o ChatGPT exemplificam como a inteligência artificial pode ser uma ferramenta poderosa na construção e no desenvolvimento de novas ideias para o desenvolvimento social da humanidade. O ChatGPT, ao fornecer informações, insights e sugestões, pode ajudar a democratizar o acesso ao conhecimento e estimular a criatividade em diversos campos, desde a educação até a resolução de problemas sociais complexos.
No entanto, é importante reconhecer que essas inovações também apresentam desafios significativos. O recente dossiê elaborado pela OXFAM destaca os riscos de aprofundamento da miséria e da desigualdade em um mundo cada vez mais tecnológico. Sem uma base ética sólida, as novas tecnologias correm o risco de serem utilizadas como instrumentos de opressão, em vez de emancipação, exacerbando as disparidades sociais e econômicas.
É que sem essa base ética, as novas tecnologias serão utilizadas como grilhões para grande parcela da humanidade, embotando ainda mais as suas possibilidades de desenvolvimento e emancipação e aprofundando as masmorras em que eles se encontram trancafiados.
Por isso, para que as tecnologias sejam verdadeiramente impulsionadoras da emancipação cidadã de toda a humanidade, é necessário que sejam coordenadas com um conjunto de princípios e valores fundamentais, enraizados nos Direitos Humanos. Estes princípios incluem a defesa da vida, da liberdade, da segurança, da propriedade e da igualdade, que são essenciais para o desenvolvimento pleno e digno de cada indivíduo.
Em suma, a inovação tecnológica tem o potencial de ser emancipadora, mas apenas se for guiada por princípios éticos e valores humanos fundamentais. Ao integrar esses valores na concepção, desenvolvimento e uso das tecnologias, podemos garantir que elas sirvam como ferramentas para promover a dignidade, a igualdade e o bem-estar de toda a humanidade.
Em outras palavras, para que não sejamos ainda mais flagelados e escravizados pelo uso antiético das tecnologias, precisamos que seu uso seja baseado no princípio ético da emancipação humana!

André Naves é Defensor Público Federal, especialista em Direitos Humanos e Inclusão Social; Mestre em Economia Política.


